Empate (bem) amargo!
Ontem, fui para o Estádio como mais de 50 mil benfiquistas, super convencido de mais uma vitória sobre o Casa Pia, arriscando até o prognóstico de 3-0, com um golo em cada meia hora. Tinham sido as eleições mais concorridas da história de qualquer clube, record do Guiness a confirmar os 2/3 da vitória de Rui Costa, como tinha preconizado e confidenciado a amigos próximos, quando me apercebi da afluência às urnas e o ambiente era propício.
O jogo correu como eu sinceramente esperava. O 1 golo ainda bem cedo dentro da primeira meia hora, um certo adormecimento já habitual nesta equipa (do qual Mourinho se queixa porque lhe falta o instinto matador - culpa de?), um 2 golo no limite da hora de jogo, tudo normal até aqui. O depois é que foi complicado, porque um claríssimo erro de arbitragem a considerar pênalti um lance que os livros explicam como interpretar, mas que nem o árbitro nem o VAR leram, “ressuscitou” o Casa Pia e deixou tremeliques uma equipa com graves debilidades psicológicas.
Se do pênalti nasceu um autogolo que fica para a estória dos lances caricatos deste campeonato, o que precedeu o golo do empate e protagonizado por Rios bem se pode juntar à infelicidade de Otamendi que nos custou o empate contra o Santa Clara. Lances que até podem ser normais de um jogo de futebol, mas que este ano nos podem ajudar a tirar o campeonato.
E disse “ajudar” porque as maiores responsabilidades são obviamente nossas, da equipa que não “mata” os jogos quando na Luz se encontra a ganhar contra equipes de reconhecida menor capacidade. Obviamente, também do treinador (Lage ou Mou) que não consegue incutir maior ambição aos seus jogadores e/ou da estrutura que deixou clamorosas lacunas no plantel, não por falta de investimento, mas por malbaratar dinheiro em aquisições que hoje se comprovam de duvidosa eficácia em campo.
Assim, estamos na pausa de novembro para as seleções, “a lamber” feridas difíceis de sarar, saídos de eleições que nos deveria unir, mas que resultados como este, já fazem muitos “malhar” nas redes sociais, augurando novas eleições a curto prazo, “para fazer o que devia ter sido feito”. Como se não chegasse o lamentável resultado, as pazes entre os Sócios estão adiadas, com esta pausa para Seleções a alimentar as discussões acesas, como se todos soubéssemos as soluções para resolver de imediato este imbróglio.
Parece-me óbvio que, até janeiro, só resta a Mourinho e aos jogadores que sobram das idas às seleções, trabalhar, trabalhar e trabalhar. A estrutura terá obrigatoriamente de planear as aquisições (e dispensas) a partir de janeiro, devidamente articulados com a área financeira, porque, que eu saiba, não há petróleo na Luz.
E a Direção ou Conselho de Administração da SAD? Quais as suas prioridades nesta altura tão conturbada? Para além de proporcionar todas as condições à equipa e treinador para revertermos esta situação em que os nossos adversários já levam vantagem pontual apreciável, tem obrigatoriamente de confrontar a FPF de Proença que erradamente ajudou a eleger. Para além das nossas graves (e principais) culpas próprias, a arbitragem nacional está pelas ruas de amargura, tendo o Benfica justificadas razões de queixa e, pessoalmente, não acredito que algo mude se nada mudar na FPF.
Manuel Boto
Socio 2794