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Eleições concluídas, vamos ao que interessa!

Eleições concluídas, vamos ao que interessa!

Pronto! Assunto arrumado! Rui Costa ganhou, todos os benfiquistas ficaram orgulhosos com 93.891 associados a votar na 2 volta, depois de 85.422 o terem feito na 1a volta com 6 listas concorrentes, qualquer destas, record do Guiness. Esta mobilização orgulha o Clube, orgulha-nos a todos!

Como escrevi, ao aceitar a Presidência da Comissão de Remunerações da lista de Martim Lima Mayer, por convicção de ser a melhor opção de Direção para o Clube, decidi remeter-me ao silêncio. Não tinha que o fazer, mas um Blog que pretendo de análise, não deve ser propangadístico. Terminaram as eleições, estou de regresso.

Rui Costa ganhou por larga margem (65.89%), espero que, em todas as vertentes, a sua lista governe. Na vertente desportiva (o core da nossa atividade - nunca o esqueçamos!), a maioria de capital na SAD legitima as opções que fizerem na nomeação dos seus administradores e, sobretudo, as suas opções de gestão. E muito há a fazer, como recentemente se constatou nos recentes jogos internacionais da Champions, zero golos e zero pontos. Resultados injustos (Bayer Leverkusen) ou lisonjeiros (Newcastle), são sempre consequências de políticas desportivas e investimentos na nossa equipa principal, indiscutivelmente construída para poder lutar pelo 39, mas insuficiente para palcos europeus. Janeiro está à porta e todos esperamos retoques que nos proporcionem mais garantias de êxitos e, de preferência, logo a partir do dia 2.

Nas vertentes financeira e administrativa, temos quadros competentes que foram eleitos para tomar decisões. As críticas pertinentes que tantos fazemos aos elevados custos de estrutura, no Clube e SAD, têm de ser ouvidas e os agora nomeados, seguramente bem remunerados, serão pagos para tomar decisões e isso é o mínimo que exigimos. 

As relações institucionais serão cruciais, em vésperas de temas como a centralização de direitos e absoluta necessidade de reformulação dos quadros competitivos para sustentar as receitas que exigimos e merecemos obter. Teremos de ser pró-activos, liderantes e ambiciosos. Exigentes em todos os aspetos com a Liga e a FPF, onde apoiámos quem a anterior Direção entendeu, por razões que o comum dos benfiquistas ainda não descortinou.

Nas infraestruturas, as promessas realistas serão para cumprir, como o aumento premente da capacidade do Estádio, aproveitando todas as ideias que os vários candidatos trouxeram para a campanha. Insistir no Benfica District, é utopia e daqui peço que metam a ideia na gaveta mais funda que encontrarem, bem fechada a “7 chaves”.

No Marketing, negociar o nome do Estádio será relevante, mas nunca a qualquer preço. Teremos de continuar os esforços para internacionalizar a marca Benfica, mas isto também passa por dotar a principal equipa de futebol de “argumentos” para ambicionar ter percursos desportivos na Europa. No vetor Comercial, uma das áreas melhor trabalhadas nos últimos anos, mesmo com inêxitos que não afastaram o interesse dos benfiquistas, o aumento da capacidade do Estádio será crucial. Sem esquecer um tema controverso, a comercialização dos equipamentos alternativos, que recebeu fortes limitações nos Estatutos e que carecem de ser revistos.

Por falar nos Estatutos, ainda agora aprovados, entre tantas boas inovações, há diversas questões a serem corrigidas. Imperfeições jurídicas, para começar, que os juristas deverão corrigir, mas também algumas questões absurdas, como convocar Assembleias Gerais com longos 30 dias de antecedência, o que causa graves transtornos de planeamento das atividades das modalidades. Ou, ainda, a convocação obrigatória de uma Assembleia exclusivamente para se discutir o futebol, absurdo no objetivo e no propósito porque por definição qualquer assembleia tem caráter deliberativo. Ou o que considero ser a aberração da exigência do voto físico, a obrigarem uma logística absurda de contagens por longas horas, demonstrando estes resultados inequívocos que a questão do voto electrónico sempre foi falsa questão. Podia continuar, mas seria fastidioso.

Voltemos ao relevante, agora que terminaram as eleições. Ganhou Rui Costa, ganhou o Benfica. As espadas ou truculentas armas verbais que as derrotadas oposições brandiram neste período eleitoral que regressem aos seus coldres, porque o Benfica, hoje, precisa de paz e união (o que é diferente de “unicidade”,  porque ouvir visões e pensamentos diferentes também ajuda a governar). Já agora, Rui Costa esteve muitíssimo bem em ter dado o exemplo ao convidar os seus oponentes neste ato eleitoral para assistirem ao jogo de hoje contra o Casa Pia. 

Em conclusão, serão múltiplos e altamente exigentes os desafios que esta nova Direção terá pela frente, mas, com um universo de quase 94 mil votantes, quem ganha desta forma limpa e clara, merece governar. Assim tenha “o engenho e arte”, como diria o imortal Luis de Camões.

Manuel Boto
Socio 2794