Uma semana que nos anima!
1. Começo a escrever este meu artigo ainda sob os efeitos da excelente vitória sobre o Nápoles, amplamente corroborativo da melhoria que tenho a veleidade de ter percecionado na 2ª parte do jogo contra o Sporting. Aliás, até terminei o artigo demonstrando a esperança em dias melhores, inclusive já contra o Nápoles.
Felizmente, a realidade superou as melhores expectativas e a nação benfiquista vibrou com a justa vitória de 2/0 contra o Nápoles, alicerçada numa exibição coesa de uma equipa na verdadeira aceção da palavra. Ouvi muitos "experts" a teorizarem, entre outras opiniões, sobre a posição-chave de Enzo no miolo e as liberdades que Mou deu a Rios para poder explanar o seu (excelente) futebol e demonstrar que quando há classe em jogadores esta sempre aparece.
Meus conhecimentos empíricos de ver futebol há mais de 60 anos não chegam para tanta sabedoria, mas ainda são o suficiente para ter sustentado, mal terminou o jogo, que devíamos a Mou essa grande vitória. No fim, o mais importante: fiquei/ficámos feliz(es) e orgulhoso(s) pelo jogo que o Benfica de Mou nos proporcionou.
O percurso na Champions ficou na mesma, porque continuamos em lugar que não nos apura para a fase seguinte. Mas temos hoje a esperança de pontuar o suficiente nos dois jogos em falta que há umas semanas não tínhamos. A esperança sustentada, como a nossa, pode ser muito relevante para o ânimo dos jogadores ao encararem o que falta até lá, seja, campeonato, Taça de Portugal ou Taça da Liga, sobretudo porque existe crença no trabalho do treinador.
2. O jogo com o Moreirense foi um bocado sensaborão, mas com um resultado surpreendente: 4/0. Não acredito que muitos benfiquistas apostassem numa vitória tão dilatada, a começar por mim, sobretudo depois do FC Porto se ter “visto em palpos de aranha” para lá passar e, para quem acompanha um pouco mais em detalhe, algumas belas exibições desta equipa bem orientada por Vasco Botelho da Costa. Mas estamos na quadra natalícia e a construção deste dilatado resultado (e justa vitória) igualmente se deve a algumas ofertas defensivas em que ultimamente temos sido peritos, mas que ontem nos beneficiaram e que Pavlidis e Aursnes aproveitaram com imenso mérito.
A exibição não foi das melhores, alguns jogadores sentiram o peso dos jogos nas pernas, mas ganhámos com todo o merecimento, depois de um jogo desgastante na Champions que deixa sempre marcas e era sobretudo esse o meu justificado receio. Mantivemos a distância para os nossos adversários (assumo que o FC Porto hoje ganha) e a chama continua viva, para os que, como eu, acreditam que ainda iremos a tempo de ter boas surpresas até ao final da época, sobretudo se colmatarmos as lacunas que o plantel ainda tem (as tais deficiências a que Mou se referiu por mais de uma vez).
Para já, temos o Farense para a Taça de Portugal que sempre nos faz lembrar saudosos despiques no S. Luís e, depois, o Famalicão, em casa para o campeonato, uma equipa igualmente complicada, com excelentes jogadores e bom fio de jogo. Com algumas rotações no Algarve e com paciência e crença venceremos ambos e passaremos um Natal com a tranquilidade que todos bem merecemos.
Apontamentos
1. A derrota no
basquetebol contra o recém-promovido Braga por 81/82 deixou-me “piurso”, em
particular pela forma como decorreu o jogo, em que desperdiçámos, literalmente
no último segundo (espero que não se torne um hábito iniciado no futebol e
infelizmente copiado), uma reviravolta no 4º período. Quando assim é, que sirva
de lição e parabéns ao Braga!
2. O andebol continua titubeante a nível interno, entre grandes jogos como no Porto (empate a 27) e outros menos bem conseguidos - FC Gaia (empate a 30). Veremos se sempre conseguiremos o 2º lugar, prometido lutar por Fernando Tavares (dixit numa Assembleia Geral), já que parece indiscutível que não conseguimos construir uma equipa capaz de ombrear com este Sporting para o 1º lugar. A piorar o figurino e que me "chateia", é saber que Gustavo Capdeville vai rumar à Dinamarca no final da época. Ninguém é insubstituível, mas há uns que fazem muita falta porque são os que carregam a mística como acontece com este grande jogador.
3. Temos um novo responsável de “scouting”, Patrick Dippel. Dizem ser um “expert”, também de tecnologias e IA. Acredito que estaremos melhor do que estávamos, pelo menos este tem passado na matéria. A sorte dele será a nossa. Bem-vindo!
Manuel Boto - Sócio nº 2.794