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Reflexões e sugestões neste mini-defeso

 Reflexões e sugestões neste mini-defeso

1. Finalmente, saiu o Regulamento Eleitoral do SL Benfica que irá ser votado favoravelmente (ou não) a 27 de setembro. Um documento ponderado e bem elaborado que, na minha opinião, respeita globalmente os Estatutos que votámos e que aprovarei sem hesitações.

Como era previsível, quando sai qualquer documento no SLB, logo vozes contraditórias se erguem, particularmente em vésperas de eleições. O tema principal da controvérsia foi, como expectável, a possibilidade da votação eletrónica nas Regiões Autónomas e no estrangeiro, desde que mereça a concordância de todas as listas, respeitando o princípio do voto físico no Continente.

Sobre esta matéria, tenho ideias particularmente firmes e que defendo sem hesitações: sou claramente a favor do voto eletrónico na totalidade das mesas de voto, em Portugal e no estrangeiro, devidamente auditado. Ou seja, para efeito das eleições, a totalidade do processo, leia-se o controlo das mesmas, desde a verificação dos cadernos eleitorais até à votação e posterior contagem com a consequente divulgação de resultados, deveria estar externalizado a uma entidade credível (totalmente insuspeita), existindo algumas com indiscutível competência para o efeito.

O processo de manutenção do voto físico é completamente arcaico, mas foi esse o caminho que, na prática e por exigir concordâncias de todas as listas concorrentes para o voto eletrónico, os Sócios escolheram para inserir nos seus Estatutos em Assembleia Geral. O argumentário que ouvi na Assembleia Geral, quer em discursos no palco quer em conversas laterais que mantive e onde pouco faltou para me insultarem, foi o de que o voto eletrónico é manipulável e nem era questão a ser considerada.

Como estes diálogos ou troca de argumentos partem de pressupostos e conhecimentos diferentes, logicamente desconhecidos para uma maioria da população, as conversas serão sempre improdutivas, pelo que fiquei a falar sozinho, contra uma turba que queria o voto físico e ponto final. Assim ficou, para gáudio dos que esmagadoramente o aprovaram, pelo que nada surpreende que haja agora clamor sobre o princípio do voto eletrónico nas Regiões Autónomas e no estrangeiro.

Outra questão recentemente suscitada teve a ver com a proposta de eleição da Comissão de Remunerações se fazer em conjunto com a lista da Direção. Aqui temos efetivamente um berbicacho porque a eleição desta importante Comissão deveria ser efetuada em separado, mas os Estatutos infelizmente ficaram omissos neste ponto. A crítica terá, salvo melhor opinião, razão de ser porque para acoplar a eleição desta Comissão a um qualquer órgão social, creio fazer todo o sentido que o fosse à Assembleia Geral. Mas isto é só a minha opinião e creio que o assunto poderá ser resolvido durante a Assembleia que irá votar este Regulamento, preferencialmente garantindo uma eleição em separado.

Aguardemos a versão final, mas acredito que este Regulamento irá passar na Assembleia de 27 de setembro e entrará em vigor nestas eleições. Mas não termino sem deixar aqui uma mensagem final a TODOS os candidatos: concentrem mas é os esforços para garantir a integridade dos cadernos eleitorais porque é aqui que tudo começa.

2. Terminou finalmente a época da confusão das transferências, entre rumores e certezas absolutas, umas confirmadas e outras nem por isso. Como apenas o Benfica me interessa, creio poder afirmar sem receio de errar que ficámos com um plantel bem melhor do que estava quando finalizou o Mundial de clubes. 

Colmatámos lacunas evidentes em diversas posições na equipa, em particular, introduzimos força e técnica (ou vice-versa) no meio campo, creio poder afirmar termos 2 jogadores que podem ser titulares para todas as posições. Desta vez, finalmente após vários anos em que as épocas de transferências abriam e fechavam sem serem suplantadas lacunas que aos olhos dos adeptos eram evidentes (Salvé Aursnes que tantos lugares fazes) e por efeitos eleitorais ou porque as lições também se aprendem, Lage ficou com tudo para tudo ganhar a nível interno.

As eleições estão à porta, nada se poderá dar por adquirido, ao invés de outras anteriores em que antes de se ir votar já se sabia o resultado. Desta vez, também pelo introdução de uma 2a volta, atrevo-me a dizer que a única garantia que existe é que o próximo Presidente será escolhido entre os 6 candidatos, pese o favoritismo de alguns a cerca de 5 ou 6 semanas das eleições. Razão porque refiro isto? Apenas porque se o plantel tem janelas de transferências, a coisa não é bem assim com os treinadores e como “cada cabeça sua sentença”, o Presidente a ser eleito pode ter ideias bem diferentes de Rui Costa sobre a matéria, sobretudo quando Mourinho está livre e foi tão “doce” com o Benfica no rescaldo da eliminatória com o Fenerbahçe. 

3. O jogo contra o FC Porto, no Dragão, foi marcado para o feriado de 5 de outubro, às 21,15h, horário absolutamente impróprio para se iniciar, revelando uma ausência chocante de respeito pelos adeptos, muitos deles assim obrigados a regressarem a casa a horas impróprias e até perigosas para grandes viagens. 

Soubemos igualmente que o jogo na Luz contra o Sporting se iniciará a 5 de dezembro, pelas 20.15h. Não sendo o horário péssimo como o do jogo no Dragão, continua a ser francamente mau, porque como clássico que é seguramente irá arrastar muitos milhares de adeptos vindos de todo o país que terão de regressar pela noite dentro. 

Agora que por tristes motivos se discute tanto a responsabilidade política, pergunto ao Presidente da Liga se considera ter similar responsabilidade caso aconteça alguma tragédia motivada por cansaço extremo dos adeptos e/ou dos seus motoristas durante o regresso a casa?

Nem ideia de quem serão os responsáveis, mas suspeito que estas desoras resultam de exigências televisivas que a Liga deveria absolutamente contrariar em defesa do futebol, sobretudo dos seus adeptos que são os grandes fautores dos espetáculos nos estádios.

Manuel Boto
Socio 2794