E a bola já rola…
1. Pronto! Oficialmente, terminou o (demasiado curto)
período de defeso para o Benfica com a disputa de um jogo particular de enorme
significado, a Eusébio Cup. Justa homenagem ao nosso maior futebolista de
sempre, em que o mínimo que se exige, pelo respeito que nos merece, é o de lutar pela vitória no Troféu com o seu nome.
Felizmente que ganhámos ao Fenerbahçe, num jogo mais
renhido do que se poderia supor para quem viu a 1ª parte. Na 2ª parte, Lage deu
provas de ser um democrata, privilegiando a oportunidade de todos jogarem, em
detrimento ou colocando em risco a vitória no Troféu, parecendo nada
entender sobre a história do homenageado. Apesar disso, oferecemos a vitória a
Eusébio e tudo está bem quando acaba em bem.
Havia certezas sobre algumas das surpresas que iriam
jogar e muita expectativa sobre se Félix iria aterrar na Luz, qual D.
Sebastião. Comprovou-se o ditado: “mais vale um pássaro na mão que dois a
voar”. Neste caso, contemos com as certezas que são os que estão, mais os reforços
confirmados, e deixemos as utopias dos que estão quase, vêm hoje ou amanhã,
porque quando as negociações se arrastam, há sempre um qualquer mais
endinheirado que compra o que hesitamos ou andamos em discussões que deixamos
eternizar.
Com muita pena de um amigo meu que sabe mais de futebol a
dormir do que eu acordado, Félix parece ir mesmo até à Arábia Saudita, onde
Jesus o irá liderar e CR7 espicaçar. Segundo este meu amigo, o Benfica seria o
local certo para a sua recuperação, acreditando que poderia voltar a ser a
certeza que foi nos primeiros tempos do Atlético de Madrid. Aqueles que me leem
com alguma regularidade, sabem que até já escrevi que Rui Costa há muito que
deveria ter acabado com a novela, evitando esta tragicomédia da qual tristemente
se saiu, virando-se para outras prioridades, porventura mais consistentes para a
construção do plantel. Dizem por aí que Rui Costa foi atraiçoado na sua boa-fé,
eu diria apenas que se há mundo onde apenas contam os euros (aos muitos
milhões), esquecendo palavra e compromissos, esse mundo é o futebol.
Estamos a dias da Supertaça, com uma certeza apenas: no
Benfica ninguém gosta de perder e ainda menos se digere qualquer derrota contra o
Sporting. Donde, com os que estão, porque os que ainda vierem seguramente não
jogarão, vamos lá entrar para ganhar. Sem olhar a quem jogue do outro lado, sem
preocupações de ajustar contas extradesportivas de situações vividas na final
da Taça que demonstram bem como o futebol alberga gente sem carácter que não
respeita colegas de profissão. Ganhar, é a nossa única e melhor resposta.
2. As eleições vão aquecendo apesar da Época estival e da
calorina que nos torra até a mente. A entrada em cena de LFV veio sobretudo
aterrorizar os incumbentes, unidos à volta de Rui Costa, talvez por temerem
os ataques destrutivos, quando não corrosivos, que seguramente lhe estarão
destinados, dada a pouca obra que tem para apresentar nestes 4 anos de mandato.
Agora, segue-se a entrevista prometida à NOW para dia 1 de agosto que os canais do CM vão exaustivamente promovendo. A oposição aguarda tranquilamente porque tem a certeza de que Rui Costa será o principal alvo, até porque LFV, que se sente aos 76 anos o novel salvador do Benfica, a desconsidera por completo, convencido como está de que estas alternativas, sejam elas quais forem, serão pressa fácil.
As obras do Estádio serão tema central da campanha de
LFV, se chegar a ir a eleições, o que não dou ainda por adquirido, pelas
pendências que ainda tem por resolver. Mas lá que tem tempo de antena é
indiscutível. E que aquilo que dirá, promessas que fizer, tudo sem quantificar,
mas sempre a garantir que o seu passado é garante de gestão ponderada dentro da
ousadia de fazer crescer o Benfica, marcará a agenda das eleições das próximas
semanas, sem sequer dar garantias de ser candidato.
Sempre me fez confusão existirem pessoas que acham que
apenas eles são a solução dos problemas de qualquer organização, característica
muito comum naqueles que tiveram sucesso e tiveram de sair pela idade, ou por outra qualquer razão. Por norma, pessoas carismáticas, que depois de saírem sentem falta do
néon, das bajulações e das passadeiras vermelhas. Anseiam por regressos,
acreditam ser a única solução, sem perceberem que o “mundo pula e avança”, como tão bem disse António Gedeão.
Eu sou mais pragmático e acredito mais na velha regra do
“nunca voltes aos lugares de onde saíste e foste feliz, porque a realidade da
desilusão irá esmagar a ilusão que durante tanto tempo alimentaste”.
Manuel
Boto (Sócio nº 2.794)