Cheira a eleições…
1. As eleições a
realizar em 25 de outubro marcaram definitivamente a passada semana, com o
aparecimento de LFV como putativo candidato a nova presidência, qual D.
Sebastião da nação benfiquista.
Como reação a
notícias sobre uma eventual expulsão de Sócio na sequência de uma Assembleia
realizada em 27 de setembro de 2019, onde LFV terá alegadamente perdido as
estribeiras e agredido um Sócio, LFV reapareceu, altamente contundente, num
comunicado a desfazer literalmente a Direção de Rui Costa. Por razões pessoais
não estive presente, mas quem esteve e me merece toda a credibilidade, conta-me que LFV terá mesmo perdido o autocontrolo e, no mínimo, agarrou um Sócio.
Veremos o que irá
dar este processo, mas para já, os ânimos exaltaram-se de novo e LFV saiu à
liça ameaçando ir a eleições – e, como há muito estou convencido de que irá, a
surpresa para mim é “nenhuma”.
Mas a verdade é
que as declarações de LFV em resposta a este processo de expulsão vieram
incendiar o pré-ambiente eleitoral e acredito que nada será como dantes. Rui
Costa, sob a ameaça de LFV, terá mesmo de ir a eleições e, quanto aos outros,
haverá muito a pensar por parte de cada um deles. De uma forma simplista,
teremos claramente 2 blocos a digladiarem-se, lutando um contra o outro e,
sobretudo, entre eles, para ver quem ganhará a predominância dentro de cada um –
o bloco da “continuidade” e o bloco da “mudança”.
Na “continuidade”,
Rui Costa e LFV, a confirmar-se a candidatura, disputarão a primazia, com o
incumbente Rui Costa a queixar-se da herança que LFV lhe deixou, entre
processos que se arrastam e uma equipa com lacunas, e LFV a atacar ferozmente o
seu sucessor, reivindicando a sua obra que rotula de inigualável e que só a
incompetência de Rui Costa não permitiu que o Benfica mantivesse a hegemonia
nacional. Em 2 ou 3 palavras será isto, com a possibilidade nada despicienda de
as “conversas acaloradas” descambarem para o insulto pessoal.
O bloco da
“mudança” serão os outros, seja quem for que leve a candidatura até ao fim.
Terão a benesse de ver os candidatos da “continuidade” a disputarem entre si a
primazia numa disputa que imagino ser bem feia, pelo que poderão capitalizar
dessa guerra fratricida, mas terão de ser capazes de se assumir como a
alternativa. Aqui, com estes cenários de guerra total, há uma coisa que tenho
como certa: quem for a eleições terá de ter dinheiro para investir na campanha.
Neste
enquadramento, acho como muito possível que (i) Manteigas (e o seu séquito nada
desprezível pela excelente campanha que tem feito com podcasts) acabe por
integrar alguma das outras listas dentro deste bloco, (ii) Cristóvão Carvalho
chegue à conclusão que a sua candidatura não entusiasma dentro de tantas
alternativas e igualmente desista, e (iii) Mauro Xavier, com a entrada de LFV
e/ou continuidade de Rui Costa talvez se resguarde para futuras batalhas.
Sobram 2, Noronha e Lima Mayer, com perfis de quadros qualificados, mas onde
apenas haverá espaço para um, ou correm o risco de se anularem mutuamente e nem
chegarem a uma 2ª volta (admitindo que os novos Estatutos irão regulamentar estas
eleições).
Até lá ainda
teremos muita “estrada” e muitas glórias ou deceções, a influenciar a campanha
eleitoral. Supertaça e eliminatórias na Champions, sobretudo esta, pelo
tremendo impacto financeiro no resto da época. Aguardemos.
2. A realização
da Supertaça a 31 de julho, exatamente por ser contra o Sporting, é um enorme
problema para Rui Costa, Lage e sua equipa. Já percebemos que Rui Costa insiste
na manutenção de Lage como treinador, quiçá com o argumento de que este já
conhece a equipa e qualquer um que viesse agora teria de se familiarizar e seguramente faria tremendas existências de recomposição do plantel. Todos
desejamos que Rui Costa tenha razão, mas as dúvidas que persistem são imensas.
Teria sido normal
o Benfica ter solicitado o adiamento da Supertaça e, nesta matéria, Mauro
Xavier esteve muito bem ao referir que o Benfica deveria tê-lo solicitado.
Desconhecemos se o terá feito, mas agora temos um jogo que os Sócios não
admitem perder nem a feijões, apenas com 15 dias de preparação (porque a nossa
época começará a 14 de julho). A fezada benfiquista acredita que a vitória
surgirá, as dúvidas sobram quando a racionalidade prevalece.
De seguida, virão
as eliminatórias da Champions e, receosamente o digo, veremos qual a condição física
da equipa. O ter de correr bem irá gerar uma pressão enorme sobre Laje e os
nossos jogadores e, Laje, sob pressão, não é bom augúrio…
3. Umas breves
palavras sobre 2 novelas de Verão que se ameaçam eternizar: Félix e Renato.
Frontalmente o digo: Caro Rui Costa: corte cerce com estas estórias de verão,
ótimas para vender jornais. Nenhum deles reúne, hoje, condições para estar no
Benfica! Ponto final, parágrafo. Uma aposta cega num qualquer Casino terá mais
hipóteses de sucesso que qualquer destas apostas em “futuros”.
PS – uma
palavra para um miúdo simples que se casou a 22 de junho, com 3 filhos, jogador
de futebol, há 5 anos no Liverpool (não se fica 5 anos neste clube por acaso).
Nunca foi jogador do Benfica, mas sempre o admirei e fez-me imensa impressão o
seu desaparecimento precoce (com seu irmão caçula), ao que parece por um pneu
ter rebentado. A vida é por vezes demasiado injusta e Diogo Jota merecia ter a
felicidade de ver crescer os seus filhos. Descanse em Paz!
Manuel Boto
(Sócio nº 2794)